A carne tem aparecido muitas vezes nos noticiários. Nem sempre associada com fatos positivos que ressaltem suas propriedades nutritivas. Em vez disso, tornou-se protagonista nos processos fraudulentos envolvendo sua procedência, beneficiamento e distribuição. Tais notícias deram uma forcinha àqueles confrades que já tinham o desejo dar uma trégua aos seus masseteres. Muitos movidos por indução de companheiros radicais que aboliram a carne a pretexto de pouparem a vida dos animais, por não se julgarem no direito de privilegiarem suas próprias existências em detrimento da vida alheia. Afinal, não se pode tirar um bife de uma vaca sem lhe tirar a vida. Sentimento nobre, contudo requer a substituição por produtos de origem vegetal, de forma balanceada, de modo que não pereçam também por falta de nutrientes.
Recebi recentemente uma mensagem citando os grandes gênios que se alimentavam, exclusivamente, de vegetais. Eu também dou preferência aos vegetais - embora não tenha nada de gênio. Outrossim, há dotados de genialidade que comem carne.
Em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 723, os espíritos nos esclarecem que dada a nossa constituição física, a alimentação baseada em proteína animal ainda é necessária, contudo, é muito louvável a iniciativa de alguns segmentos no sentido da alimentação baseada em vegetais.
Creio que Jesus não condenava a alimentação com carne. Caso contrário, por que motivo teria incentivado a pescaria após o seu primeiro encontro com Pedro? Quando ele come com os Fariseus e é criticado porque seus discípulos não lavaram as mãos antes da refeição, provavelmente o cardápio incluía carne de cordeiro, muito apreciada por aquele povo.
Não poderia deixar de citar que Hitler, o ditador sanguinário, era vegetariano(*1), enquanto que Chico Xavier apreciava carne, segundo afirmou Richard Simonetti em um seminário que fez em Cabo Frio.
Certa vez decidi ser vegetariano(*2). Não consegui, pois a alimentação macrobiótica ficou impossível para o meu "magro" bolso. Até hoje não consigo entender como um arroz com casca e tudo pode custar mais caro do que o mesmo arroz beneficiado. Também a soja, que poderia substituir a proteína animal, é muito cara quando disfarçada de alimento gostoso. Não vou nem falar dos derivados do leite...
Acho que não devemos levar tudo a ferro e fogo, pois ainda há uma grande distância entre o ideal e o possível.
Paulo Jorge
Cabo Frio, 06/06/2017.
O grande problema da carne bovina é como ela é tratada hoje o boi para carteira recebe ração de engorda e desde o abate até chegar no açougue é uma loucura.Fora o grande desmatamento para criação de grandes rebanhos. Logo logo os vegetais sera a alimentação natural da grande maioria devido a novos conhecimentos das propriedades destes em benefício da saúde
Caro João, concordo plenamente com você. Em nossa região, por exemplo, o avanço da criação de bovinos promoveu muitos desmatamentos. A nossa mata atlântica sofreu grande baixa por conta dessa prática. No resto do Brasil não é diferente, infelizmente.
Muito Bom. Também não consigo me alimentar totalmente Com vegetais. Além disso, os vegetais tambem passam por modificações para aumentar a produtividade e produtos para combater pragas. O chamados orgânicos, mais saudáveis, são Também mais caros. Difícil manter uma alimentação saudável dessa forma
Querido Neil, os produtos orgânicos são realmente mais caros. E além disso, há inúmeras fraudes, segundo os noticiários.
Paulo, amigo, vamos esclarecer uns equívocos: Jesus não condenar a alimentação carnívora não parece ser mais uma concessão feita por causa do contexto da época? Hitler não era vegetariano, essa afirmação fazia parte da propaganda nazista para afirmar uma ideia de que era um homem equilibrado e virtuoso. (https://oholocaustoanimal.wordpress.com/…/hitler-nunca…/). Não há motivos para confundir alimentação macrobiótica com vegetarianismo, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Aliás, não há motivo para imaginar que ser vegetariano seja mais caro simplesmente ao notar que o preço de qualquer peça de animal morto tende a ser bem mais caro em relação a preços de leguminosas. Moro em Curitiba e compro lentilha por R$10 Kg e grão-de-bico por R$12 Kg, sem contar uma infinidade de tipos de feijões ao redor de R$5 Kg. Estas, aliás, são boas fontes de proteína vegetal e soja não tem que ser, não deve ser, e em minha vida não é, algo próximo a um substituto diário ou semanal para carne. Lembremos também do que foi escrito por alguns benfeitores espirituais:
“Emmanuel, ainda, quando questionado se é um erro nos alimentarmos com a carne dos animais, responde, em 1941: ‘É um erro de enormes consequências. (…) É de lastimar semelhante situação, mesmo porque, se o estado de materialidade da criatura exige a cooperação de determinadas vitaminas, esses valores nutritivos podem ser encontrados nos produtos de origem vegetal, sem a necessidade absoluta de matadouros e frigoríficos.’ (Livro O Consolador, psicografia de Chico Xavier, resposta à pergunta 129).
Comentário do instrutor Alexandre a André Luiz: “A pretexto de buscar recursos proteicos, exterminávamos frangos e carneiros, leitões e cabritos incontáveis. (…) Encarecíamos, com toda a responsabilidade da Ciência, a necessidade de proteínas e gorduras diversas, mas esquecíamos de que a nossa inteligência, tão fértil na descoberta de comodidade e conforto, teria recursos de encontrar novos elementos e meios de incentivar os suprimentos proteicos ao organismo, sem recorrer às indústrias da morte.” (…) “Tempos virão, para a humanidade terrestre, em que o estábulo, como o lar, será também sagrado.”
Querido Pedro, agradeço sua colaboração neste singelo artigo. Suas observações vêm contribuir para enriquecer o assunto aqui exposto.
Coloquei no texto observações remetendo ao seu comentário:
(*1) Simplesmente citei a fonte (Richard Simonetti), sem pesquisar mais profundamente sobre o assunto. Agradeço o link que o amigo postou, mas devo externar que ainda não consultei a literatura indicada, o que pretendo fazer oportunamente.
(*2) Empreguei erradamente o termo “vegetariano” quando queria me referir ao consumo de produtos ditos “macrobióticos”. Estes envolvem o consumo de vegetais orgânicos – produzidos da forma mais natural possível – incluindo também os cereais e ingestão de peixe. Essa teoria origina-se da cultura oriental (“yin” e “yang”), privilegiando uma alimentação mais natural. Mesmo criticada por alguns nutricionistas ocidentais, pois desaconselham o alto consumo de carboidratos principalmente nas dietas de emagrecimento, esse modo de alimentação vem ganhando popularidade.
Muito pertinente sua observação sobre “vegetarianismo” e “veganismo”.
O assunto é muito pertinente e interessante, mas creio que a nossa observação deve se estender, principalmente, em relação aos excessos alimentares, já que os alimentos estão em grandes mudanças a nível de durabilidade no que concerne às adaptações comerciais, e até porque o grande problema do homem, como ressalta também o nosso companheiro Divaldo Franco, não é o que entra pela boca, mas o que sai.
Parabéns pelo abordagem do tema. Muitas pessoas trazem dúvidas a esse respeito. Foram ótimas as colocações dos companheiros!